19.3.09

A juventude dos últimos 40 anos
Acontecimentos marcantes:
1960
Golpe militar de 1964.
Com o evento abriu-se um buraco enorme na organização juvenil do País.
A censura e repressão política romperam avanços conseguidos nas décadas anteriores.
Tem início o uso da informática para fins comerciais.
Surge o chipNeil Armstrong é o primeiro homem a pisar na Lua
A invasão do rock e da música de protesto.Surge Música Popular Brasileira (MPB); início da Jovem Guarda .
Começam as transmissões de TV em cores.
1970
Os jovens saem às ruas para reivindicar
e são seguidos por outros segmentos da sociedade.
Ditadura Militar lança ataques ao movimento estudantil.
Crise do petróleo que levou os Estados Unidos à recessão.
A economia do Japão começava a crescer.
Surgia o movimento da defesa do meio-ambiente.
Década da discoteca e rock progressivo.
Era hippie, da juventude desprendida.
Lançado nos Estados Unidos o primeiro video-game .
1980
Ressurgem os partidos de esquerda no Brasil
e nascem novos partidos.
Movimento Diretas Já, fim da ditadura militar e ressurgimento da democracia no País.
Década marcado pelo fim da idade industrial e início da idade da informação.
No mundo impera o capitalismo .
Cresce o hard rock e surge o hip hop.
1990
Colapso da União Soviética e o fim da Guerra Fria.
Na África aumentam os casos de AIDS.
Popularização do computador pessoal e da internet.
Telefone celular cresce em popularidade.
Tecnologia do CD é aperfeiçoada no DVD.
A cultura jovem foi caracterizada por ambientalismo, antiglobalização capitalista e empreendedorismo.
Clonagem da ovelha Dolly .
Instabilidade na economia brasileira.
Milhares de jovens criam o movimento “Caras Pintadas” e pedem o impeachment do presidente Fernando Collor de Melo.
2000
Esquerda assume o governo no País.
Luiz Inácio Lula da Silva é eleito presidente em 2002.
Conflitos militares entre os Estados Unidos e o Oriente Médio.
Concluído o Projeto Genoma
A internet se consolida como veículo de comunicação em massa.
A década também é marcada pela expansão da telefonia fixa e o uso de celulares.
Era da tecnologia contagia jovens.
O disquete cai em desuso, sendo substituído pelo CD-R
e posteriormente pelo pendrive.
O DVD substitui as fitas VHS.
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14.3.09

Sobre a morte e o morrer
Rubem Alves

O que é vida? Mais precisamente, o que é a vida deum ser humano? O que e quem a define?

Já tive medo da morte. Hoje não tenho mais. O que sinto é uma enorme tristeza. Concordo com Mário Quintana: "Morrer, que me importa? (...) O diabo é deixar de viver." A vida é tão boa! Não quero ir embora...

Eram 6h. Minha filha me acordou. Ela tinha três anos. Fez-me então a pergunta que eu nunca imaginara: "Papai, quando você morrer, você vai sentir saudades?". Emudeci. Não sabia o que dizer. Ela entendeu e veio em meu socorro: "Não chore, que eu vou te abraçar..." Ela, menina de três anos, sabia que a morte é onde mora a saudade.

Cecília Meireles sentia algo parecido: "E eu fico a imaginar se depois de muito navegar a algum lugar enfim se chega... O que será, talvez, até mais triste. Nem barcas, nem gaivotas. Apenas sobre humanas companhias... Com que tristeza o horizonte avisto, aproximado e sem recurso. Que pena a vida ser só isto...”

Da. Clara era uma velhinha de 95 anos, lá em Minas. Vivia uma religiosidade mansa, sem culpas ou medos. Na cama, cega, a filha lhe lia a Bíblia. De repente, ela fez um gesto, interrompendo a leitura. O que ela tinha a dizer era infinitamente mais importante. "Minha filha, sei que minha hora está chegando... Mas, que pena! A vida é tão boa...”

Mas tenho muito medo do morrer. O morrer pode vir acompanhado de dores, humilhações, aparelhos e tubos enfiados no meu corpo, contra a minha vontade, sem que eu nada possa fazer, porque já não sou mais dono de mim mesmo; solidão, ninguém tem coragem ou palavras para, de mãos dadas comigo, falar sobre a minha morte, medo de que a passagem seja demorada. Bom seria se, depois de anunciada, ela acontecesse de forma mansa e sem dores, longe dos hospitais, em meio às pessoas que se ama, em meio a visões de beleza.

Mas a medicina não entende. Um amigo contou-me dos últimos dias do seu pai, já bem velho. As dores eram terríveis. Era-lhe insuportável a visão do sofrimento do pai. Dirigiu-se, então, ao médico: "O senhor não poderia aumentar a dose dos analgésicos, para que meu pai não sofra?". O médico olhou-o com olhar severo e disse: "O senhor está sugerindo que eu pratique a eutanásia?".

Há dores que fazem sentido, como as dores do parto: uma vida nova está nascendo. Mas há dores que não fazem sentido nenhum. Seu velho pai morreu sofrendo uma dor inútil. Qual foi o ganho humano? Que eu saiba, apenas a consciência apaziguada do médico, que dormiu em paz por haver feito aquilo que o costume mandava; costume a que freqüentemente se dá o nome de ética.

Um outro velhinho querido, 92 anos, cego, surdo, todos os esfíncteres sem controle, numa cama -de repente um acontecimento feliz! O coração parou. Ah, com certeza fora o seu anjo da guarda, que assim punha um fim à sua miséria! Mas o médico, movido pelos automatismos costumeiros, apressou-se a cumprir seu dever: debruçou-se sobre o velhinho e o fez respirar de novo. Sofreu inutilmente por mais dois dias antes de tocar de novo o acorde final.

Dir-me-ão que é dever dos médicos fazer todo o possível para que a vida continue. Eu também, da minha forma, luto pela vida. A literatura tem o poder de ressuscitar os mortos. Aprendi com Albert Schweitzer que a "reverência pela vida" é o supremo princípio ético do amor. Mas o que é vida? Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano? O que e quem a define? O coração que continua a bater num corpo aparentemente morto? Ou serão os ziguezagues nos vídeos dos monitores, que indicam a presença de ondas cerebrais?

Confesso que, na minha experiência de ser humano, nunca me encontrei com a vida sob a forma de batidas de coração ou ondas cerebrais. A vida humana não se define biologicamente. Permanecemos humanos enquanto existe em nós a esperança da beleza e da alegria. Morta a possibilidade de sentir alegria ou gozar a beleza, o corpo se transforma numa casca de cigarra vazia.

Muitos dos chamados "recursos heróicos" para manter vivo um paciente são, do meu ponto de vista, uma violência ao princípio da "reverência pela vida". Porque, se os médicos dessem ouvidos ao pedido que a vida está fazendo, eles a ouviriam dizer: "Liberta-me".

Comovi-me com o drama do jovem francês Vincent Humbert, de 22 anos, há três anos cego, surdo, mudo, tetraplégico, vítima de um acidente automobilístico. Comunicava-se por meio do único dedo que podia movimentar. E foi assim que escreveu um livro em que dizia: "Morri em 24 de setembro de 2000. Desde aquele dia, eu não vivo. Fazem-me viver. Para quem, para que, eu não sei...". Implorava que lhe dessem o direito de morrer. Como as autoridades, movidas pelo costume e pelas leis, se recusassem, sua mãe realizou seu desejo. A morte o libertou do sofrimento.

Dizem as escrituras sagradas: "Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer". A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A "reverência pela vida" exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir. Cheguei a sugerir uma nova especialidade médica, simétrica à obstetrícia: a "morienterapia", o cuidado com os que estão morrendo. A missão da morienterapia seria cuidar da vida que se prepara para partir. Cuidar para que ela seja mansa, sem dores e cercada de amigos, longe de UTIs. Já encontrei a padroeira para essa nova especialidade: a "Pietà" de Michelangelo, com o Cristo morto nos seus braços. Nos braços daquela mãe o morrer deixa de causar medo.

Texto publicado no jornal “Folha de São Paulo”, Caderno “Sinapse” do dia 12-10-03. fls 3.

19.11.08


Canto Das Três Raças
Ninguém ouviu
Um soluçar de dor
No canto do Brasil
Um lamento triste
Sempre ecoou

Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro
E de lá cantou

Negro entoou
Um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares
Onde se refugiou

Fora a luta dos Inconfidentes
Pela quebra das correntes
Nada adiantou
E de guerra em paz
De paz em guerra

Todo o povo dessa terra
Quando pode cantar
Canta de dor
ô, ô, ô, ô, ô, ôô, ô, ô, ô, ô, ôô, ô, ô, ô, ô, ôô, ô, ô, ô, ô, ô

E ecoa noite e dia
É ensurdecedor
Ai, mas que agonia

O canto do trabalhador
Esse canto que devia
Ser um canto de alegria
Soa apenas
Como um soluçar de dor

Clara Nunes - Composição: Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro

Dia da Consciência Negra: Paz para Todos

“Depois do Inverno (…)
A Primavera, uma assunção de flores.
A VIDA RENASCIDA
E celebrada
Numa festival de pétalas e cores”
Miguel Torga

27.10.08

Mais de 23 milhões de alunos receberão obras selecionadas

Cerca de 23,6 milhões de estudantes das séries finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano) e do ensino médio poderão ler, consultar e pesquisar, nas bibliotecas das suas escolas, 300 novas obras literárias. Os acervos do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) que chegarão às escolas das redes públicas, estaduais e municipais, no primeiro semestre de 2009, compreendem 12 gêneros literários.
Das 2.088 obras avaliadas nesta etapa do PNBE, foram selecionadas 600, sendo 300 para o ensino fundamental (séries finais) e 300 para o ensino médio. A relação dos 600 títulos foi publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira, 7, seção 1, páginas 6 a 9.
Dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) indicam que os acervos vão atender 49.327 escolas que oferecem as séries finais do ensino fundamental, onde estudam 16,4 milhões de alunos, e 17.471 escolas de ensino médio, com 7,2 milhões de alunos.
Os títulos serão distribuídos às bibliotecas escolares segundo o número de matrículas registrado no Censo Escolar. Escolas com até 250 alunos receberão 100 títulos; de 251 a 500 alunos, 200 obras; acima de 501 estudantes, 300 títulos. Os acervos serão compostos por poema, conto, crônica, teatro, texto de tradição popular, romance, memória, diário, biografia, ensaio, histórias em quadrinhos e obras clássicas.
Aventura do conhecimento – A nova coleção do PNBE traz aos estudantes do ensino fundamental a oportunidade de viajar pelo mundo da literatura em obras como A volta da graúna, de Henfil (quadrinhos); Perdido no ciberespaço, de Leonardo Cunha (literatura infanto-juvenil); A alma do urso, de Gustavo Bernardo; Viagem pelo Brasil em 52 histórias, de Silvana Saterno, entre outros.
Os alunos do ensino médio terão acesso a livros de literatura brasileira e internacional. Estão na coleção, Tia Júlia e o escrevinhador, de Mário Vargas Llosa; Agosto, de Rubem Fonseca; Cem anos de solidão, de Gabriel Garcia Márquez (Prêmio Nobel de Literatura em 1982); Anarquistas, graças a Deus, de Zélia Gattai; Dois amigos e um chato, de Stanislaw Ponte Preta; Crime e castigo, de Fiodor Dostoievski; Contos árabes para jovens de todos os lugares, de Maria Luisa Sorano Martins; A casca da serpente, de José Veiga; Gianfranceso Guarnieri: crônicas 1964; Orlando Villas-Boas: histórias e causos, Orlando Villas-Boas (biografia, diário, memórias).A relação dos 600 livros se divide em duas partes: são 300 títulos para as séries finais do ensino fundamental e 300 para o ensino médio.



Fonte: http://portal.mec.gov.br

21.10.08

Tomara
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho
Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz
E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...
Vinícius de Moraes
"Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..E lembra-te:Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão
Fernando Pessoa
A arte de ensinar e a arte de aprender
Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)

Entre a arte de ensinar e a arte de aprender existe uma grande diferença, não obstante acharem-se ambas intimamente vin­culadas. Em geral, quem começa a aprender o faz sem saber por quê; pensa que é por necessidade, por uma exigência de seu temperamento, por um desejo ou por muitas outras coi­sas, às quais costuma atribuir esse porquê. Mas quando já co­meça a vincular-se àquilo que aprende, vai despertando nele o interesse e, ao mesmo tempo, reanimam-se as fibras ador­mecidas da alma, que começa a buscar, chamando ao estudo, os estímulos que irão criar a capacidade de aprender.

Porém, que é o que o ser aprende, e para que aprende? Eis aqui duas indagações às quais nem sempre se podem dar res­postas satisfatórias. Aprende-se e continua-se aprendendo, ad­quirindo hoje um conhecimento e amanhã outro, de igual ou de diversa índole. Primeiro se aprende para satisfazer às ne­cessidades da vida, tratando de alcançar, por meio do saber, uma posição, e solucionar ao mesmo tempo muitas das situa­ções que a própria vida apresenta. Quando se completa a me­dida do estudo, parece como se na mente se produzisse uma desorientação: o universitário, ao conquistar seu título, aquele outro ao culminar sua especialização. Enfim, quando essa vi­da de estudos está terminada, começam as atividades nas dife­rentes profissões, o que paralisa a atividade anterior da mente dedicada ao estudo; muitos até chegam a esquecer aquela cons­tante preocupação que antes tinham, de alcançar cada dia um conhecimento a mais, encontrando-se como os que, tendo fi­nalizado o percurso de um caminho, não sentem a necessidade de dar um passo além, por não acharem o incentivo de um obje­tivo capaz de o propiciar. Eis aí uma das causas de onde pro­vém tanta desorientação nos seres humanos.

A arte de ensinar consiste em começar ensinando primeiro a si mesmo

De outra parte, os que, além dos estudos da profissão aprendem outras coisas, o fazem muitas vezes sem ter disso verdadeira consciência. Acumulam este, esse e aquele conheci­mento, mas depois – salvo exceções – não sabem o que fa­zer com eles; não sabem usá-los em seu próprio bem, nem no bem dos demais. Assim é como vêm aprendendo ao acaso, em uma e outra parte, sem ter um guia que os leve para uma meta segura e lhes permita fazer de tudo uma aprendizagem útil pa­ra si mesmos e para seus semelhantes.

Ao dar a conhecer seus ensinamentos, a Logosofia mani­festa que existe uma imensidão desconhecida para o homem, na qual este deve penetrar. Dá a conhecer, além disso, que enquanto se interna nessa imensidão que é a Sabedoria, isto é, enquan­to aprende, pode também ensinar, porque a arte de ensinar consiste em começar ensinando primeiro a si mesmo, ou, dito de outro modo, enquanto de uma parte o ser aprende, aplica de outra esse conhecimento a si mesmo e, ensinando a si mes­mo, sabe depois como ensinar aos demais com eficiência.
Trechos extraídos do livro Introdução ao Conhecimento Logosófico págs. 259 e 260



14.10.08

Por que improvisos?


Eu acredito que em nossas vidas estamos o tempo todo improvisando, principalmente quando nos acontecem mudanças radicais. Temos que improvisar um novo tempo, um nova realidade, quiçá um novo eu para poder readaptar-se. Gostaria de abrir este blogger com as palavras de Carlos Bernardo Pecotche escritas na parte final de seu livro Bases para sua Conduta, que nos leva a refletir sobre o significado de um novo olhar quando somos tomados por certas circunstâncias inesperadas.

"Todas as coisas mudam, tomando aspectos ou formas diferentes em razão das circusntâncias que as rodeiam. uma rosa, sendo igual em beleza às demais rosas, ao ser-nos oferecida como presentes se transforma, tornando-se mais bela. Passou a ter outro significado; de suas pétalas se desprende outro perfume. Em virtude de que se produziu essa mudança?... Atuou o afeto; ela é agora sua expressão. É a gentil portadora de um pensamento terno que se uniu ao nosso. Os olhos só veem nela uma imagem. Já não é uma rosa; é um símbolo, uma recordação.
Forje em sua mente a imagem de uma rosa. Supondo que eu a ofereço a você ao por em suas mãos este livro, guarde-a em sua recordação e conserve-a permanentemente fresca. Quando consiga conhecer a magia do sentimento, você terá conseguido também abarcar a dimensão do afeto que pus em suas páginas. Aí, então, minha imagem se terá delineado claramente sobre elas, e seu coração se terá aproximado ao meu, com fervente anelo de penetrar em meu pensamento" p.55

Ofereço a todos os meus amigos estes improvisos e a cada um deles uma rosa.